Nossa escola teve dois
alunos classificados à próxima etapa da Olimpíada de Língua Portuguesa. Na
última sexta-feira, dia 21, as alunas Thayná Andreza de Macedo Badia e Amanda
Bellaver Zancanaro foram escolhidas.
Thayná venceu a categoria artigo de opinião, com
o texto “Duplicar é a solução”. Ela foi orientada pela professora Luciana
Haefliger. Já Amanda teve o texto “lembranças do Contestado” classificado pela
categoria memórias literárias, sob a orientação da professora Patrícia Bogisch.
A Olimpíada de Língua portuguesa é um projeto
promovido pelo MEC em todas as escolas do Brasil.
A seguir os
textos das nossas alunas:
Duplicar
é a solução?
Aluna: Tayná Andreza de Macedo
Badia
Ponte Serrada, típica cidade do interior de
Santa Catarina, já foi conhecida como o antigo Pouso dos Tropeiros. Hoje considerada
a Capital da Erva-mate.
A BR 282,
que é a principal via de acesso entre Oeste, e Leste de Santa Catarina corta a
cidade, tornando-se uma preocupação para a população pontesserradense devido
aos inúmeros acidentes registrados. O volume de veículos que trafegam na BR 282
aumentou consideravelmente, ocasionando acidentes e, além disso, a falta de sinalização
nos trevos agrava ainda mais a situação.
Isso vem
gerando uma enorme preocupação entre usuários da via, moradores e comerciantes
que moram próximo a ela. Alguns acreditam numa possível solução para o problema:
a duplicação da rodovia, outros em melhorar a sinalização. Com a duplicação
melhora-se a segurança nos locais onde o trânsito é mais intenso e para os
pedestres que precisam utilizar a via.
Acredito
que ao invés da duplicação, adequar paralelas e melhorar a sinalização irão
ajudar a diminuir os índices de acidentes. O progresso deve ser buscado com
atuações que respeitem os moradores e motoristas que circulam pela BR-282.
Creio que há outros meios para resolver
este problema, um deles é a conscientização dos moradores e motoristas.
Portanto,
sou contra a duplicação, pois iria ocasionar muitos transtornos para os
moradores e comerciantes do local. Os moradores até comentam: enquanto não
duplicar a educação dos motoristas e pedestres, continuará os incidentes nesta
BR.
Escola: E.E.B.
Belermino Victor Dalla Vecchia. Professora:
Luciana Haefliger
Cidade: Ponte
Serrada Gênero: Artigo de Opinião
Lembranças
do Contestado
Aluna: Amanda Bellaver
Zancanaro
Sei que minha vida está no fim, que minhas
histórias não irão comigo, então resolvi chamar minha família para conta um
pouco do que sei sobre a Guerra do Contestado. Todos se reuniram num círculo
curioso regado a chimarrão.
A história da Guerra do Contestado tem
seu início há mais de 500 anos, porém, só estoura em 1912, sangrenta e
horrorizante, corpos de homens e cavalos desciam nas águas avermelhadas dos
rios Chapecó e Chapecozinho, corpos sem identidades, agora sem almas.
Todo o oeste catarinense estava em
guerra, e a nossa Ponte Serrada, na época, ainda nem estava nos livros,
existia, tão só, o município de Cruzeiro, atual Joaçaba. Somente no ano de 1958
é que aquele pequeno vilarejo, até então, chamado de Pouso dos Tropeiros
torna-se município. Então, meus queridos, ouçam bem, pois a história que agora
contarei, não é história que se encontre em livros.
Já iniciava 1915 quando meu avô morreu,
já velhinho, ele foi transpaçado por um chumbaço de espingarda. As tentativas
de salvá-lo que minha mãe arriscou de nada adiantaram, eu era um menino de
apenas 3 anos, na verdade, não lembro do rosto do meu avô, e sabia o porque de
minha mãe chorar.
Naquela altura, os rastros de destruição
haviam deixado à vista almas esbugalhadas entre o céu e a terra e corpos
dormentes em sonos profundos e eternos, encostados nos restos de casas de
vilarejos.
No fim da guerra, o monge José Maria já
havia feito muita história. Muitos dizem que ele era louco, muitos que era
apenas um religioso, outros, juram que ele que era um santo, o certo é que
arrastou o povo e ajudou a salvá-lo.
Chega 1916, a guerra acaba e a maior
parte da terra contestada fica com Santa Catarina.
Eu. Por não conhecer a definição certa de
quem era José Maria, vi que o que ele havia feito para com o povo durante a
guerra foi bom, pois ajudou a salvar várias vidas, levei os meus filhos para
batizarem-se em um dos muitos pocinhos que José Maria cavou para conseguir água
aos guerreiros.
Depois de contar essas história, espero
que meus filhos, netos e bisnetos contem às próximas gerações, se lhe forem possível,
mas que não deixem de contar apenas a verdade, a mais pura verdade sobre a
divisão desses estados e que, mesmo não aparentando, Ponte Serrada também fez
história, só que essas histórias estão nos corações dos conhecedores da guerra.
Passado esse momento de lembranças, não
imagino e nem quero pensar no instante de minha morte, mas vejo que agora
cumpri meu dever fazer com que a história se espalhe, se difunda, para que as
lembranças e os conhecimentos regionais não morram junto comigo, pois vejo que nós
merecemos mais, que a história de nosso município merece mais do que apenas
ficar na lembrança de um velho.
Escola: E.E.B.
Belermino Victor Dalla Vecchia. Professora:
Patrícia Bogisch Cidade: Ponte
Serrada Gênero: Memórias Literárias