quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Olimpíada de Língua Portuguesa


Nossa escola teve dois alunos classificados à próxima etapa da Olimpíada de Língua Portuguesa. Na última sexta-feira, dia 21, as alunas Thayná Andreza de Macedo Badia e Amanda Bellaver Zancanaro foram escolhidas.
Thayná venceu a categoria artigo de opinião, com o texto “Duplicar é a solução”. Ela foi orientada pela professora Luciana Haefliger. Já Amanda teve o texto “lembranças do Contestado” classificado pela categoria memórias literárias, sob a orientação da professora Patrícia Bogisch.
A Olimpíada de Língua portuguesa é um projeto promovido pelo MEC em todas as escolas do Brasil.



A seguir os textos das nossas alunas:


Duplicar é a solução?
Aluna: Tayná Andreza de Macedo Badia 
               
Ponte Serrada, típica cidade do interior de Santa Catarina, já foi conhecida como o antigo Pouso dos Tropeiros. Hoje considerada a Capital da Erva-mate.
            A BR 282, que é a principal via de acesso entre Oeste, e Leste de Santa Catarina corta a cidade, tornando-se uma preocupação para a população pontesserradense devido aos inúmeros acidentes registrados. O volume de veículos que trafegam na BR 282 aumentou consideravelmente, ocasionando acidentes e, além disso, a falta de sinalização nos trevos agrava ainda mais a situação.
            Isso vem gerando uma enorme preocupação entre usuários da via, moradores e comerciantes que moram próximo a ela. Alguns acreditam numa possível solução para o problema: a duplicação da rodovia, outros em melhorar a sinalização. Com a duplicação melhora-se a segurança nos locais onde o trânsito é mais intenso e para os pedestres que precisam utilizar a via.
            Acredito que ao invés da duplicação, adequar paralelas e melhorar a sinalização irão ajudar a diminuir os índices de acidentes. O progresso deve ser buscado com atuações que respeitem os moradores e motoristas que circulam pela BR-282.
Creio que há outros meios para resolver este problema, um deles é a conscientização dos moradores e motoristas.
            Portanto, sou contra a duplicação, pois iria ocasionar muitos transtornos para os moradores e comerciantes do local. Os moradores até comentam: enquanto não duplicar a educação dos motoristas e pedestres, continuará os incidentes nesta BR. 

Escola: E.E.B. Belermino Victor Dalla Vecchia. Professora: Luciana Haefliger    
Cidade: Ponte Serrada Gênero: Artigo de Opinião


Lembranças do Contestado
Aluna: Amanda Bellaver Zancanaro 

Sei que minha vida está no fim, que minhas histórias não irão comigo, então resolvi chamar minha família para conta um pouco do que sei sobre a Guerra do Contestado. Todos se reuniram num círculo curioso regado a chimarrão.
A história da Guerra do Contestado tem seu início há mais de 500 anos, porém, só estoura em 1912, sangrenta e horrorizante, corpos de homens e cavalos desciam nas águas avermelhadas dos rios Chapecó e Chapecozinho, corpos sem identidades, agora sem almas.
Todo o oeste catarinense estava em guerra, e a nossa Ponte Serrada, na época, ainda nem estava nos livros, existia, tão só, o município de Cruzeiro, atual Joaçaba. Somente no ano de 1958 é que aquele pequeno vilarejo, até então, chamado de Pouso dos Tropeiros torna-se município. Então, meus queridos, ouçam bem, pois a história que agora contarei, não é história que se encontre em livros.
Já iniciava 1915 quando meu avô morreu, já velhinho, ele foi transpaçado por um chumbaço de espingarda. As tentativas de salvá-lo que minha mãe arriscou de nada adiantaram, eu era um menino de apenas 3 anos, na verdade, não lembro do rosto do meu avô, e sabia o porque de minha mãe chorar.
Naquela altura, os rastros de destruição haviam deixado à vista almas esbugalhadas entre o céu e a terra e corpos dormentes em sonos profundos e eternos, encostados nos restos de casas de vilarejos.
No fim da guerra, o monge José Maria já havia feito muita história. Muitos dizem que ele era louco, muitos que era apenas um religioso, outros, juram que ele que era um santo, o certo é que arrastou o povo e ajudou a salvá-lo.
Chega 1916, a guerra acaba e a maior parte da terra contestada fica com Santa Catarina.
Eu. Por não conhecer a definição certa de quem era José Maria, vi que o que ele havia feito para com o povo durante a guerra foi bom, pois ajudou a salvar várias vidas, levei os meus filhos para batizarem-se em um dos muitos pocinhos que José Maria cavou para conseguir água aos guerreiros.
Depois de contar essas história, espero que meus filhos, netos e bisnetos contem às próximas gerações, se lhe forem possível, mas que não deixem de contar apenas a verdade, a mais pura verdade sobre a divisão desses estados e que, mesmo não aparentando, Ponte Serrada também fez história, só que essas histórias estão nos corações dos conhecedores da guerra.
Passado esse momento de lembranças, não imagino e nem quero pensar no instante de minha morte, mas vejo que agora cumpri meu dever fazer com que a história se espalhe, se difunda, para que as lembranças e os conhecimentos regionais não morram junto comigo, pois vejo que nós merecemos mais, que a história de nosso município merece mais do que apenas ficar na lembrança de um velho. 

Escola: E.E.B. Belermino Victor Dalla Vecchia. Professora: Patrícia Bogisch Cidade: Ponte Serrada Gênero: Memórias Literárias